Simplesmente de Macau
“Acho que sou macaense”. A frase saiu entre muitos risos, numa mistura dos sentimentos de indecisão e timidez. Numa terra de encontro de culturas, a identificação para com uma comunidade não parece ser a preocupação do dia-a-dia de Margarida Cardoso. Criada a falar duas línguas no ambiente familiar, a única certeza da jovem de 21 anos é que não se sente parte nem de Portugal, nem da China, mas sim de Macau. Porque ela e esta terra têm, exactamente, a mesma alma.
Os traços do rosto não enganam. Nascida no território, fruto da união de mãe chinesa e pai português, a estudante de Sociologia viveu neste canto do Sul da China metade da vida. Os primeiros seis anos de escola foram feitos em língua portuguesa, mas o seu primeiro idioma é o cantonês, diz.
A língua de Camões está em terceiro lugar, a seguir à inglesa. Aos 12 anos de idade, Margarida viajou para a Austrália, de onde regressou com um português um pouco destreinado. “Habituei-me a falar inglês, vivia com as minhas tias chinesas e não havia pessoas portuguesas por perto”, lembrou.
O grupo de amigos da estudante é formado por jovens chineses e macaenses. O mais-que-tudo também é chinês. Quanto aos portugueses, “conheço algumas pessoas, mas não sou tão próxima deles”, sublinhou.
A língua que domina entre os companheiros volta a ser a oriental, até com aqueles com quem partilha as mesmas raízes. Com a melhor amiga, fala um “chinês misturado com umas palavras portuguesas”. O idioma lusitano serve como se fosse um código, que em redor não se entende, confessou com um ar traquina.
O nome da amiga de longa data de Margarida, transpira Lusitanidade. Laurentina Madalena da Silva. Assim se apresenta a jovem de 21 anos. Secretária de profissão, atende os telefonemas e responde consoante a língua do interlocutor. Se do outro lado da linha lhe falam em cantonês, passa as informações para o papel em caracteres. Se for em português, já usa o alfabeto ocidental.
Ao contrário da futura socióloga, Tina, como gosta de ser chamada, sabe escrever e ler em chinês. “A minha mãe obrigava-me, mas já me esqueci um pouco porque não pratiquei”, referiu.
O grupo de amigos da estudante é formado por jovens chineses e macaenses. O mais-que-tudo também é chinês. Quanto aos portugueses, “conheço algumas pessoas, mas não sou tão próxima deles”Os perfis familiares das duas amigas são semelhantes. A segunda sente, porém, que perdeu uma grande parte das referências portuguesas com o falecimento do pai. Mesmo assim, a língua de Camões é eleita em segundo lugar e só depois é que vem aquela das terras de Sua Majestade.
Mais segura, define-se como macaense, porque é o resultado de duas “metades”. “Sou filha de mãe chinesa e pai português, sei falar as duas línguas e vivo em Macau, que é a mistura de duas culturas”, afirmou.
Afinal, o que é ser macaense? Quais são as características que definem esta comunidade, cujos alguns elementos se organizam e defendem uma cultura própria? O conceito chega a ser mais complexo do que aparenta.
A investigadora Inês Pessoa diz que o termo é utilizado para “referenciar não a nacionalidade, mas a pertença étnica e/ou a naturalidade dos elementos que constituem um dos mais importantes grupos socioculturais presentes na região, também conhecidos por ‘filhos da terra’ ou ‘portugueses do Oriente’”. Macaense não define todos aqueles que nasceram em Macau “independentemente da sua pertença comunitária”, porque se entende que à naturalidade deve ser acrescida a ascendência étnica de tais indivíduos, sustentou a académica portuguesa.
Conhecido do mundo da Cultura local, João Ó é apologista de outra teoria – a herança geracional. Algo que, ao contrário do que muita gente pensa, o arquitecto e artista plástico não tem. “Não sei porque é que as pessoas pensam que sou macaense, quando me referenciam assim fico meio chocado”, confessou.
Acontece que João Ó é filho de pai português e mãe chinesa nascida em Macau, mas criada em Portugal. O arquitecto é natural de Lisboa e veio para o território com oito meses de idade. “Não me sinto macaense simplesmente por ligação à terra, se tenho uma origem é portuguesa, e a cultura europeia sempre me fascinou”, sustentou.
O português é a língua de eleição em casa. “Eu tive um problema inicial. Comecei a falar só aos 3 anos, porque tinha uma ama chinesa e não conseguia desencravar dos dois idiomas. Tal e qual como se está a passar agora com o meu sobrinho. Entre os 3 e os 7 anos, pensava em chinês, falava em português e a estrutura da frase saía sempre errada”, recordou.
O sentimento comunitário não existe, mas é certo que o residente de 30 anos fez um percurso de vida e tem características que condizem com o enquadramento dos residentes macaenses. A fisionomia e o facto de falar as duas línguas, embora só escreva em português, sendo “analfabeto no chinês”, como diz ser, são alguns ingredientes macaenses.
Além disso, João Ó estudou no liceu português e partiu para Portugal para ingressar na universidade, como a maior parte dos “filhos da terra”. Curiosamente, nem Margarida nem Tina têm esta relação com o país da família paterna. A primeira é aluna da Universidade de Macau e a segunda decidiu não prosseguir os estudos.
Não obstante o fascínio pela Europa, o arquitecto permanece na região por motivos de aspiração profissional. Os pais, que estiveram inseridos no êxodo de 1999, não se adaptaram a Portugal. A “equipa familiar” decidiu regressar à RAEM.
João Ó não se vê vestido na pele de macaense, o território é apenas uma casa. Quando lhe perguntam de onde é responde ser de Portugal. “Depois explico a história das misturas e aquela confusão toda. No currículo digo que sou português, é o país onde nasci, mas vivi a minha adolescência em Macau”, completou.
Recusa-se, todavia, a ficar limitado entre duas terras. “Sou um cidadão do mundo e sinto-me mais livre nesse aspecto. Gosto de saber que estou à vontade entre dois mundos”.
Igualmente sem barreiras linguísticas que as afastem de qualquer uma das duas comunidades que coexistem na RAEM, as duas amigas sentem-se no meio da ponte entre Portugal e China. Não se identificam totalmente com nenhum dos dois países.
“Não sou como os portugueses. Quando estou em casa vejo a televisão chinesa e não a portuguesa. Não tenho tanto contacto com Portugal, a não ser com o meu pai. Por outro lado, sei que também não sou chinesa, porque tenho um modo de pensar diferente dos meus amigos”, mostrou Margarida.
“Antiquada e pouco aberta” é como a estudante de Sociologia classifica a mentalidade do mundo que a rodeia. Há um fosso entre modos de pensar com o qual a jovem esbarra quotidianamente. “Noto as reacções dos meus amigos da universidade quando uso uma camisola com alças. Normalmente, as raparigas chinesas tapam os ombros”, apontou. Tina, por sua vez, acrescentou que as amigas não compreendem o facto de ela ter amigos rapazes e os acompanhar nas saídas à noite. “As minhas amigas dizem-me: ‘Ah, como és capaz de fazer uma coisa dessas?!’”, gracejou.
Embora encontrem a sua identificação cultural na terra onde nasceram, não é em Macau que sonham viver. Margarida, principalmente, gostaria de voltar para Melbourne, no país dos cangurus. A dimensão do território não condiz com as aspirações das duas jovens.
“Imagino-me a viver em Macau, mas gostava de sair. Não para a China, porque não gosto da qualidade de vida. E para Portugal também não. Estive lá há muitos anos com o meu pai e achei um bocado aborrecido. Não gostei muito e foi a imagem com que fiquei”, sublinhou Tina.
De Portugal, a dupla de amigas destaca a cozinha e põe de parte o cinema, a música e a literatura. Dos sabores chineses, são pouco adeptas. “Gosto mais da comida portuguesa. Da chinesa é só mais ou menos. Eu vou à China todas as semanas, mas é só para arranjar as minhas unhas”, rematou Tina.
Ser macaense é “cool”
“Os macaenses mais velhos têm um ar diferente, não me sinto igual a eles, mas sei que pertenço à comunidade”. É com uma ponta de orgulho que Laurentina Silva assume as suas origens, ao mesmo tempo que confessa não ter “grande interesse” nem participar, com regularidade, nas actividades organizadas pelo grupo social. Será então que as novas gerações dos chamados “filhos da terra” se estão a afastar das suas raízes? Há uma tendência para, aos poucos e poucos, a comunidade como hoje a conhecemos se diluir?
O presidente da Associação dos Macaenses (ADM), Miguel de Senna Fernandes, admite que o mundo globalizado traz consigo vários desafios. Recusando-se a “fazer futurologia”, o advogado está, porém, convicto de que “os macaenses nunca vão deixar de o ser, porque o bicho é forte de mais para deixar de se entranhar. Nos tempos que correm, as pessoas podem escolher caminhos distintos mas, lá no fundo da sua alma, sabem que têm referências culturais diferentes dos outros residentes da RAEM”, defendeu.
Num mundo de diferenças, a diferença é Macau, assim o diz o slogan turístico. Logo, segundo o ponto de vista do presidente da ADM, numa RAEM globalizada, todos os dias “bombardeada” com novas referências culturais, os macaenses vão saber adaptar-se. “Há coisas essenciais que nunca se apagam, mesmo quando a comunidade está dispersa – a relação com a portugalidade nas suas variadíssimas formas e a ligação com o território”, sustentou.
Relativamente à existência de uma tendência de afastamento da juventude, Miguel de Senna Fernandes acredita que ninguém tem dados para avaliar a situação. Todas as gerações colocaram dúvidas face aos herdeiros, é uma constante, disse.
É natural que os mais novos se afastem dos seus modelos. Isso faz parte desta fase da vida, explicou. “Os jovens criam sempre os seus próprios grupos de amigos, desenvolvem o seu próprio estilo e o que os move é o ser ‘cool’ (fixe em português)”, brincou.
Ora, para o causídico, a identidade macaense pode ser uma forma de afirmação dos jovens, porque o que é “cool” é diferente e é isso que a juventude procura. O mesmo se aplica ao dialecto tradicional e ao grupo de teatro.
“É um grupo bastante jovem e que tem todas as potencialidades de atrair essa camada de macaenses. Quando eu falo patuá estou a dizer uma coisa que tu não sabes, mas os meus amigos sim. É uma espécie de arma”, sublinhou.
O sucesso dos Dóci Papiaçám confirma-se entre os jovens, que vão tornando mais numerosa a plateia. Laurentina é uma das entusiastas. “Acho o patuá giro. Já fui assistir a peças, não entendo muito bem, mas é cómico”, notou.
Estas palavras são tudo o que o dinamizador do grupo, Miguel de Senna Fernandes, precisa de ouvir. “Se uma pessoa diz que é cómico isso para mim basta e só significa que o projecto tem pernas para andar”.
Vincent Hoi, realizador de Macau
O pássaro pequeno em grandes voos
O pássaro pequeno em grandes voos
A inexistência de indústria cinematográfica em Macau é um facto que muitos de nós constatam sem grandes queixas. Há muitos anos que se criou o hábito de sintonizar a televisão nas frequências emitidas a partir de Hong Kong, aceitando a influência desta cultura audiovisual específica e fazendo dela o nosso padrão.
A indústria cinematográfica de Hong Kong tem sido reconhecida internacionalmente, pelo que parece não haver qualquer razão para que se crie uma própria de Macau. Devido à proximidade entre as duas regiões administrativas especiais, a comparação é inevitável, chegando-se à conclusão de que Macau não tem capacidade de produção equivalente, em quantidade e qualidade.
Não obstante este fenómeno generalizado, existem excepções que fazem parte da realidade e merecem ser observadas. Pela primeira vez, um realizador de Macau foi convidado para participar no Festival de Cinema Asiático de Hong Kong, através da apresentação de um filme totalmente rodado em Macau, o que faz reforçar a tese de que as generalizações são sempre perigosas.
Vincent Hoi Kok Ming, conhecido por muitos residentes locais como “Xiu Niu” (Pequeno Pássaro), é o protagonista de um filme especial, criando algo onde antes nada existia, tendo como ponto de partida uma grande força de vontade.
O irmão mais velho fez as vezes de operador de câmara e a película foi editada com a ajuda de uma velhinha Hi8 e um gravador VHS. “Foi um processo doloroso mas deu-me imenso prazer e percebi que não queria ficar por ali”.Nascido em Macau em 1970, Vincent Hoi pertence a uma geração fortemente influenciada pela cultura televisiva de Hong Kong. Num regresso à infância, o realizador recorda que queria ser presidente da câmara por causa da admiração que tinha pela personagem principal de uma série muito famosa rodada na então colónia britânica. “The Bund” (ou “A Marginal de Xangai”) foi protagonizada por Chow Yun- fat e é um dos maiores clássicos da história da televisão de Hong Kong.
Embora tivesse esta influência audiovisual desde muito cedo, foram ainda necessários alguns anos até que Vincent Hoi tivesse começado a interessar-se por cinema. Licenciado pela Universidade de Macau, quando esta instituição ainda se chamava Universidade da Ásia Oriental, a formação inicial do cineasta foi na área de Marketing. A opção por esta via deveu-se às poucas escolhas que o ensino superior apresentava na altura. “Parecia-me que o Marketing era uma opção razoável, as pessoas falavam imenso desta área”. Foi a última vez que tentou pertencer à multidão. O destino reservou-lhe um caminho muito diferente do convencional.
No último ano da faculdade, Vincent Hoi teve que produzir um anúncio televisivo como trabalho final de curso. “Não recebemos qualquer formação técnica específica e não tínhamos computador disponível. Eu e alguns colegas de turma começámos por arranjar uma câmara, alguns actores, escrevemos uma história e foi assim que fizemos o filme”.
O irmão mais velho fez as vezes de operador de câmara e a película foi editada com os tradicionais meios analógicos, com a ajuda de uma velhinha Hi8 e um gravador VHS. “Foi um processo doloroso”, conta, “mas deu-me imenso prazer e percebi que não queria ficar por ali”. O anúncio caseiro de Vincent recebeu a melhor nota da turma.
Depois do curso terminado, o realizador começou a trabalhar no Macau Jockey Club como produtor do circuito interno de televisão. “O nome do cargo soa bem mas, na realidade, fazia tarefas triviais como comprar o almoço para a equipa e carregar material pesado para as filmagens”, ri-se, enquanto recorda o primeiro emprego. “Mas a verdade é que tive oportunidade de aprender mais sobre o processo audiovisual, nomeadamente sobre a edição”.
Seguiram-se anos em que Vincent Hoi foi saltando de trabalho em trabalho, sem nunca ter deixado de se interessar pela imagem em movimento. Frequentou cursos da Escola de Artes Visuais organizados por cinéfilos de Macau e assim teve oportunidade de ficar a conhecer o cinema que se fazia no mundo. Foi um período de consolidação da certeza que já tinha: queria trabalhar no meio audiovisual.
À primeira oportunidade que teve, mudou-se para Hong Kong e passou a trabalhar na empresa de televisão por cabo do território vizinho. Foi um período importante porque a vida em Hong Kong deu-lhe a oportunidade de ter um acesso mais facilitado ao mundo dos filmes. “Ia ao cinema todas as noites, depois do trabalho, tentava analisar os filmes e imaginava como seria se um dia fizesse o meu”.
O regresso a Macau deveu-se a um problema de saúde e, em 1997, começou a trabalhar na Teledifusão de Macau. Os dois anos em que esteve no canal chinês da estação pública de televisão serviram para decidir, de uma vez por todas, tentar ser um realizador independente. “Não gostei do trabalho que fiz na TDM. Recolhia informação para os programas de informação e era suposto criar os conteúdos. Acompanhava as equipas de filmagem no exterior, mas havia alturas em que nem o realizador sabia bem o que pretendia, éramos amadores e pouco organizados”, critica. “Não acho que houvesse falta de talento, mas sim de espírito de trabalho. Era todo um sistema que não nos motivava. Então decidi sair”.
Logo no ano seguinte a ter deixado o emprego certo, Vincent Hoi começa a trabalhar como freelancer em produções audiovisuais. A empresa de produção que criou na altura, e que numa tradução livre para português se chama “Pássaro Celestial”, continua a funcionar até hoje. O realizador começou a receber encomendas para anúncios comerciais e pequenos filmes institucionais do Governo e de escolas.
Em 2001, “Xiu Niu” lança-se em voos mais altos e roda a sua primeira longa-metragem, “Aim VS Peep”. A equipa era toda de Macau e toda ela solidária com os sonhos de Vincent. “Ninguém quis ser pago pelo trabalho que fez!”, recorda. A experiência foi de extrema importância. “Passei imenso tempo a preparar o filme e tinha uma verba muito pequena para o fazer. A equipa era composta por amigos e nem toda a gente era profissional, mas havia uma enorme força de vontade, que nos uniu muito”, conta. “Mesmo que o resultado final tenha sido considerado mais um ‘exercício’ do que um produto profissional, penso que foi um episódio importante no processo de crescimento do cinema em Macau e, claro está, na minha vida”.
Esta primeira tentativa no âmbito das longas-metragens não sossegou Vincent, que quis perceber por onde é que poderia melhorar. “O meu primeiro filme não era suficientemente bom, não fui capaz de criar a atmosfera que queria. A experiência serviu-me, no entanto, para perceber que o aspecto mais importante enquanto realizador é a capacidade de criar trabalhos que são fiéis às minhas ideias”.
Agora que Vincent Hoi apresentou a sua segunda longa-metragem, “Before Dawn Cracks”, no Festival de Cinema Asiático de Hong Kong, tem razões para acreditar que ser um realizador independente em Macau não foi um sonho incompatível com a realidade. “Percebi que as técnicas são apenas um aspecto exterior, pode-se pedir a outras pessoas para tratar desta questão, se quisermos. O mais importante vem de dentro. Podemos não ter muitos recursos nem apoios, as autoridades e os empresários podem não financiar este tipo de projectos nem terem interesse em desenvolver a indústria cinematográfica, mas enquanto cidadãos de Macau temos sempre algo a dizer”, defende. “Há algo que é só nosso, valores que são específicos de Macau e que pessoas de outros sítios poderão estar interessadas em conhecer”.
Numa área de difícil projecção, Vincent Hoi conseguiu fazer-se ouvir fora de Macau, o que faz com que haja razões para que outros deixem de lado o pessimismo e a timidez. O realizador é, na realidade, muito optimista em relação ao futuro do cinema aqui dentro de casa. “Eu sou apenas um exemplo muito pequeno daquilo que pode ser o início de algo de grandes dimensões. Não me considero bom, mas gostaria de ser”, diz, num exercício de autocrítica. “Se funcionou no meu caso, então isto significa que existem hipóteses para muitos de nós. Com o desenvolvimento das tecnologias, as produções tornaram-se mais acessíveis, acredito que mais realizadores de Macau vão conseguir encontrar o seu espaço e fazer ouvir a sua voz”.
Alice Kok com Isabel Castro
Fotografia: Alice Kok
Fotografia: Alice Kok
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