O primeiro-ministro chinês Wen Jiabao fez ontem uma oferta de paz a Taiwan mais concreta, ao afirmar que Pequim está disponível para discutir os transportes directos entre o Continente a ilha, ao abrigo do princípio “uma só China”.
“Tendo em conta o consenso alcançado em 1992, podemos reavivar as discussões e as negociações. Podemos falar de qualquer assunto , incluindo a materialização das três ligações”, disse Wen Jiabao, em declarações aos jornalistas, à margem de um encontro sobre questões ambientais que manteve no Laos, onde se encontra em visita oficial.
As “três ligações” a que o principal responsável pelo Conselho de Estado se referia dizem respeito aos negócios, transportes e correios directos, que Taiwan suspendeu há algumas décadas devido a receios com a segurança. No consenso alcançado em 1992, Pequim e Taipé chegaram a um acordo em relação às suas próprias interpretações do conceito “uma só China”, sendo que, no ano seguinte, decorreu em Singapura uma nova ronda de negociações.
No entanto, o diálogo oficial entre a China e Taiwan foi suspenso em 1999, depois do antigo Presidente da ilha, Lee Teng-hui, ter redefinido os laços como “relações especiais Estado-a-Estado”.
Depois de oito anos de poder nas mãos de Chen Shui-Bien, partidário da independência da ilha, as eleições recentes devolveram o controlo de Taiwan ao Kuomitang. Ma Ying-jeou, o recém-eleito Presidente, tem-se mostrado aberto a um novo relacionamento com Pequim, embora tenha descartado, por enquanto, a hipótese de uma visita oficial. Da campanha de Ma fez parte a aproximação ao país nomeadamente através da aplicação prática das “três ligações”.
Alguns analistas acreditam que, depois de mais de meio século de hostilidade e da recente tensão criada com o referendo sobre a entrada de Taiwan nas Nações Unidas, a conflituosa relação com Pequim e Taipé poderá estar perto do fim, para se dar início a uma nova forma de relacionamento.
Segundo as agências internacionais de notícias, Wen desenhou um quadro que pode ir além das “três ligações”. “Podemos desenvolver a economia, os negócios e o intercâmbio cultural”, disse, acrescentando que Hong Kong, que tem beneficiado no papel de intermediário entre os dois lados do Estreito, não irá sofrer consequências negativas se esta aproximação se verificar.
“Não me parece que vá afectar Hong Kong. As trocas económicas através do Estreito irão permitir também o desenvolvimento económico de Hong Kong, bem como em toda a região ao longo do Estreito de Taiwan.” Em relação a possíveis impactos em Macau, as agências não citaram qualquer eventual declaração do primeiro-ministro.
À semelhança da antiga colónia britânica, também Macau tem desempenhado um importante papel enquanto plataforma de comunicação entre Taiwan e a China Continental, sobretudo no transporte de passageiros. Em declarações ao Tai Chung Pou, na passada semana, o principal responsável pela Air Macau não se mostrou particularmente preocupado com a possível criação de ligações aéreas directas. Embora a companhia de bandeira do território transporte muitas pessoas entre os dois lados do Estreito, tem começado, segundo assegurou o director executivo da empresa, a diversificar as rotas e destinos para fazer frente a estas mudanças, previsíveis há já algum tempo.
Residentes de Hong Kong lutam contra demolição de bairro
As casas morrem de pé
As casas morrem de pé
É um projecto polémico. Um drama que se arrasta há quatro anos. Um frente-a-frente entre as necessidades de expansão de uma cidade e a vontade de manutenção das características de uma comunidade. Em 2004, 670 famílias de Sham Shui Po, em Hong Kong, foram informadas de que as suas casas iam ser demolidas. Os quatro blocos residenciais iriam desaparecer para dar espaço à construção de mil novos apartamentos e uma área comercial de 11 mil metros quadrados.
Depois de uma série de protestos, conferências de imprensa e recursos à legislação, cinquenta destas famílias continuam a bater o pé, numa batalha contra o responsável pelo desenvolvimento do projecto. Não é por dinheiro que o fazem, garantem, mas sim pela comunidade. Gostam de ali viver. Pura e simplesmente. E continuam à espera de poderem chegar à fala com a secretária para o Desenvolvimento, Carrie Lam Cheng Yuet-ngor, numa derradeira tentativa de convencerem o Governo de que o local deve permanecer como está.
Os planos para a renovação urbana dos K20 – K23, nome técnico do projecto, foram anunciados há alguns anos pela Corporação para o Desenvolvimento de Terras, a entidade que era responsável por este tipo de empreitada na antiga colónia britânica. Em 2002, o organismo desapareceu, sendo que as intenções para Sham Shui Po foram passadas para a Sociedade de Habitação de Hong Kong (HKHS, na sigla inglesa), uma instituição detida pelo Governo que constrói casas económicas. Os planos foram formalmente anunciados em 2004.
Segundo contam os residentes, desde a aquisição dos K20 – K23, o HKHS encontrou-se com os habitantes duas ou três vezes. A seguir, veio o anúncio de que os lotes tinham passado para as mãos do Governo. As famílias que recusaram deixar as suas casas foram processadas no ano passado, por estarem a ocupar propriedades públicas ilegalmente.
Entre estes ocupantes alegadamente ilegais encontra-se Yeung Kwai-ming, comerciante que detém um centro de jogos electrónicos na zona. “De todos os bairros em que esteve, as pessoas desta área são as mais simpáticas e gentis”, atesta. Yeung explorou o seu negócio em Mong Kok, Hung Hom e Ta Kwok Tsui, até que o preço do arrendamento o fez pegar nas máquinas e mudar-se para Sham Shui Po, já lá vão 11 anos.
Uma eventual mudança de espaço faz com que o pequeno empresário tenha que enfrentar um problema específico do seu negócio – na última década, a legislação relacionada com salas de jogos foi alterada, fazendo com que tenham que obedecer a regras relacionadas com a localização, nomeadamente no que diz respeito à distância a que estão das escolas. Além da dificuldade de encontrar um espaço e das novas licenças que teria que pedir, Yeung queixa-se do curto espaço de tempo que lhe foi dado pelo HKHS para sair de onde está. “Dizem que fazem isto a pensar nas pessoas, mas as técnicas que usam são pouco limpas”, sentencia. “Não se chegou a um acordo na primeira negociação e a ordem de despejo chegou dois ou três dias depois, sem qualquer aviso prévio.”
Poon Sup, o dono de uma loja com cerca de 100 metros quadrados que vende ferramentas, também foi processado pelas autoridades governamentais. No caso deste homem de avançada idade, a questão que se coloca é de nível financeiro. “Pensam que não tenho que trabalhar?”, lança, em tom retórico. “Se me derem um espaço onde possa continuar a ter a minha loja... Mas o dinheiro que oferecem não dá para nada”, desabafa.
O antigo vizinho de Poon, um comerciante de apelido Lui, aceitou pouco mais de um milhão de dólares de Hong Kong como compensação pela loja de 500 metros quadrados que ocupava, mas gastou 800 mil para alugar um novo espaço com metade do tamanho. O resto do dinheiro foi para a pôr a loja operacional. As histórias que Poon foi ouvindo dos seus antigos vizinhos fizeram-no exigir uma nova loja, em vez de dinheiro. Para o comerciante, há ainda algo que não é possível indemnizar: as relações de vizinhança que se criaram ao longo de anos. Os clientes fiéis.
Os residentes contam com o apoio de uma veterana em batalhas contra a demolição de prédios. May Yip fez 60 horas de greve de fome por altura do Natal passado, numa tentativa desesperada de parar as máquinas que acabaram por destruir a Li-Tung Street em Wan Chai, onde tinha uma loja. A rua está, neste momento, completamente vazia, sem qualquer casa de pé.
“Na altura disseram-me que era louca”, recorda May Yip. “Tínhamos feito tudo ao nosso alcance, desde recorrer às leis a denunciar a situação aos jornais. Não me restava outra alternativa.” Os residentes perderam a batalha no que à demolição diz respeito, mas o Governo acabou por alterar os planos e prometer a reconstrução da antiga rua, inserida no novo projecto.
Estas disputas recentes relacionadas com a reorganização da cidade têm atraído a atenção dos académicos. Summer Xia, da Universidade Chinesa, esteve bastante próximo dos acontecimentos na Li Tung Street, sendo que deposita igual atenção ao caso de Sham Sui Po. “É uma questão de humanismo”, referiu. Xia percebe porque é que os residentes não querem sair de onde estão. “As crianças brincam na rua, sem razões para preocupações, toda a gente se conhece.” A atitude do Governo desaponta o académico oriundo da China Continental. “Pensava que as autoridades de Hong Kong estavam mais abertas do que estão”, salientou, lembrando que os habitantes da zona continuam à espera de serem recebidos pela secretária.
Ao fim de quase uma mão cheia de anos de batalha, os residentes procuram agora uma situação intermédia, que agrade a todos – a demolição de parte dos edifícios, sendo que os restantes chegariam para estas 50 famílias que fincaram o pé. Esta possibilidade conta com o apoio de um académico. Chen Yun-chung, professor associado da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, foi o responsável por um projecto de pesquisa sobre a zona, tendo concluído que a ideia de manutenção parcial “vai ao encontro da definição do desenvolvimento comunitário sustentado, por permitir diversidade, tanto no vector económico como na vertente social”. Recomenda, assim, que os actuais habitantes sejam todos concentrados numa zona do bairro, demolindo-se depois os prédios vazios. Resta agora saber qual vai ser a resposta do Governo.
Kahon Chan, em Hong Kong
com Isabel Castro
com Isabel Castro
Qual é o segredo do negócio no mundo dos espectáculos em Macau? Aculturação, interacção com o público e brilho, “muito brilho”. Esta é a fórmula do sucesso do grupo Dança Brasil de Wallas Silva. Um projecto que conquistou com samba no pé o público da comunidade chinesa não só do território, mas também de Hong Kong e da China Continental. Em breve, o conjunto vai receber a Bola de Ouro do casino Starworld para melhor grupo de danças brasileiras da RAEM. Mas o melhor está para vir. O coreógrafo já tem “na cabeça” tudo planeado para a sua próxima grande subida ao palco, que será no Festival Internacional de Artes de Pequim.
Será a quarta presença consecutiva do grupo orientado por Wallas Silva no evento cultural. No entanto, só no ano passado é que o coreógrafo ficou “satisfeito com a performance”. “Sentia-me verdadeiramente seguro. Normalmente, o público gosta, mas eu penso que há sempre espaço para melhorar”, defende.
Na primeira participação, o ritmo dos tambores foi atrapalhado por algumas limitações. “Tínhamos falta de mão-de-obra, principalmente especializada, e os figurinos eram mais pobres”, conta o proprietário da empresa de espectáculos.
O calendário apontava o ano de 2004, altura do apogeu do conjunto de danças brasileiras. A abertura do casino Sands marcava o arranque das operações do grupo do magnata Sheldon Adelson em Macau. Uma entrada no mercado da indústria do jogo que significou um grande impulso no desenvolvimento deste sector, bem como na velocidade do crescimento da economia local.
“Ainda me lembro do dia como se fosse hoje: 18 de Maio de 2004. Fizemos uma sessão de fotos no lobby do casino, era tanta gente que nem deixaram abrir as portas. Derrubaram tudo e nós tivemos que fugir”, recorda entre risos.
Antes do início da era Las Vegas Sands, Wallas Silva olhava com preocupação para o futuro do Dança Brasil. O motivo chamava-se pneumonia atípica. “Criei a empresa um mês antes [da propagação da doença], em 2003. Estava com medo que não resultasse, porque assustou os turistas. Macau ficou deserto”, conta com um semblante sério, invulgar no residente canarinho.
Mesmo com a empresa a funcionar a meio gás, os tambores continuaram a tocar e as plumas a balançar ao som dos ritmos exóticos da Terra de Vera Cruz. Alguns eventos como a Festa da Lusofonia e Festival de Gastronomia eram suficientes para ir mantendo quentes os corpos.
Aliás, foi num espectáculo de confraternização entre as comunidades lusófonas que nasceu a ideia de criar o grupo Dança Brasil. Wallas tinha acabado de fazer mais uma das suas actuações na Festa da Lusofonia. “Uma amiga perguntou-me: porque é que não crias uma empresa?” A ideia agradou ao brasileiro que propôs uma parceria com uma compatriota de Hong Kong. Contudo, divergências de opinião colocaram o também bailarino num caminho solitário. Assim se desenvolveu uma fórmula de sucesso.
No mundo dos espectáculos de origem estrangeira na China é preciso ter uma “mentalidade aberta”, sustenta Wallas Silva. A aculturação é o segredo número um para se conquistar a plateia.
“Em Macau, as coisas têm que sofrer uma aculturação e modificar um pouco o samba para o público de origem chinesa. As pessoas têm a ideia das mulatas, com pouca roupa e os seios de fora, mas é difícil o povo chinês acostumar-se com o que existe no Brasil. Os meus shows servem para mostrar a cultura e a dança brasileira”, sublinha.
Com bom senso e alguma ajuda de uma costureira chinesa, os figurinos do grupo Dança Brasil ganharam um estilo próprio. São “fechados com algumas plumas atrás”. O segundo segredo do negócio é o brilho. As roupas devem ter muito colorido, mas extravagância q.b..
“Mudei a minha táctica. Em cada trabalho, vou percebendo o que pretende o cliente chinês. Diz-se que show brasileiro tem que ter mulatas de fio dental, mas não. Isso é no Brasil, na China não. Eles não querem, já fiz vários testes”, garante.
A mesma receita aplica-se a outros negócios que lidam com manifestações culturais. “No caso dos grupos portugueses não há necessidade de adaptação, porque há aqui uma forte tradição [lusitana]. Contudo, os espectáculos de outras partes do mundo mais estranhas à comunidade local devem adaptar-se”, aponta.
A terceira estratégica é a interactividade. No final, os elementos da plateia são os reis do espectáculo. “Organizo o show normal, mas a última música é para dançar com o público. Meto música latina ou pop. No início, muita gente falava: ai música estrangeira num show brasileiro?! Eu digo, não não! Nós já fizemos o nosso show. Agora é a vez do povão! Acontece que toda a gente sabe dançar música latina ou pop, mas samba não. É uma forma de perderem a vergonha e entrarem na dança”, afirma.
Quatro anos após a primeira incursão no mundo dos negócios, Wallas Silva faz um balanço positivo. “Mudei da água para o vinho”, diz ainda com a memória viva da primeira participação no Festival Internacional de Artes de Pequim. Todavia, os problemas do costume prevalecem. É a dificuldade da praxe dos pequenos e médios empresários em Macau: falta de trabalhadores especializados.
“É difícil conseguir mão-de-obra especializada, tenho que trazer do Brasil, nem toda a gente se encaixa no perfil psicológico e as viagens são muito caras”, lamenta. Não havendo cão, caça-se com gato. “O povo chinês não é tão exigente como o brasileiro. Por isso, treino algumas alunas das universidades, no samba ou no axé para misturar ao forró”, explica o coreógrafo.
O grupo é formado por portuguesas, chinesas, macaenses e até israelitas. “Fico espantado ao ver uma mulher chinesa a dançar samba. Não é perfeito, mas dá o passinho”, elogia.
Actualmente, o Dança Brasil tem ao seu serviço “cerca de sete meninas e três homens”. Os amigos também colaboram. Wallas Silva conta ainda com quatro bailarinas profissionais que trabalham num casino do território.
O número de dançarinos é um dos pormenores que falta estabelecer por parte da organização da edição de 2008 do Festival Internacional de Artes da capital chinesa. De resto, já está tudo planeado. “Este ano, vai ser ainda melhor do que o anterior. Vou misturar futebol com samba. Já temos as roupas. No final, as bailarinas fazem a coreografia do golo do Bebeto e cantam o hino nacional do Brasil”, revela entusiasmado.
De acordo com as previsões de Wallas Silva, o evento terá lugar entre o próximo mês e Maio.
Com a dança no sangue
Não tem formação de coreógrafo, mas dar aulas de dança é uma segunda profissão. Wallas Silva trocou há 15 anos a cidade natal de Campos de Goytacazes, no Brasil, por Macau. Em terras asiáticas, o brasileiro não deixou silenciar as batucadas do coração. A música não pode parar e o corpo também não, porque a dança está-lhe no sangue. É uma herança ancestral.
Wallas Silva abandonou um emprego estável para se dedicar ao grupo Dança Brasil, do qual é proprietário desde 2003. “Não podia dedicar-me às duas actividades em simultâneo. Pediram-me para escolher. Escolhi a dança e, graças a Deus, ainda não me arrependi”, conta sorridente.
O discurso corre quase à velocidade do pensamento. É o entusiasmo do residente brasileiro. Afinal, mais do que um negócio, a empresa de espectáculos é uma paixão. Antes de coreógrafo, o homem de 34 anos é bailarino. Aliás, como qualquer elemento do povo brasileiro. “No Brasil, toda a gente dança”, exclama.
Decidiu vir para Macau com a intenção de completar os estudos para poder frequentar a licenciatura de medicina em Portugal. Na sua cidade, perto do Rio de Janeiro, trabalhava como farmacêutico. No entanto, os planos de se tornar médico deram “água por torto”. “Acabei por arranjar trabalho por aqui”, informa.
A música e a dança estão desde sempre presentes na sua vida. Ao virar de cada esquina no Brasil, há samba, pagode ou forró. “Também frequentava as escolas da Mangueira e Beija-flor, entre outras”, acrescenta.
Quando chegou a Macau, começou a organizar festas brasileiras e a dar aulas de dança à comunidade lusófona local. Durante uma participação na Festa da Lusofonia, uma empresária também brasileira viu-o, gostou e fez-lhe uma proposta. “Levou-me para Hong Kong, onde comecei a fazer shows”, recorda. Estávamos no início da década de 1990.
Em 1998, propuseram-lhe um novo trabalho, ensinar samba a crianças portadoras de deficiências. Uma tarefa que acabou por se tornar uma lição de vida. “No início, quando me chamaram para dar aulas a crianças deficientes eu tinha uma mentalidade diferente. Foi um susto, era difícil conquistá-las e pensei em desistir”, conta.
Ao contrário do 1,2,3 e do sistema de passos, Wallas percebeu que miúdos com necessidades especiais precisam de um modo de ensino especial. “Desisti de tentar ensinar samba e passámos a brincar com a música. Acabei por conseguir conquistá-los com brincadeira e carinho. Deu certo. Foi interessante ultrapassar as barreiras”, sublinha.
Hoje em dia, o brasileiro dirige a empresa de espectáculos que conta com uma oferta não só de danças brasileiras, mas também latinas e árabes. As várias variantes da dança do ventre são um dos produtos oferecidos pelo grupo Dança Brasil.
Os conhecimentos do coreógrafo foram adquiridos à custa de iniciativa individual e de pesquisa. O resto nasceu com ele. É Wallas Silva que dá formação aos seus bailarinos. Saber dançar é saber sentir o ritmo. É este o seu mote. “Gosto de bater o pé no chão até os meus alunos conseguirem sentir a música”, frisa.
No futuro, ambiciona trazer a Macau “bandas brasileiras famosas, como Daniela Mercury e Ivete Sangalo”. “Mas é difícil, porque são necessários patrocínios”, lamenta.
Uma escola de samba é o projecto mais sonhado, mas também o mais difícil de concretizar. “É o problema da falta de instalações”, informa. No entanto, diz, espaço no sector do entretenimento para as danças brasileiras é coisa que não falta. E, em Macau, só isso chega para transformar o Carnaval numa festa com mais de três dias.