sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Lisboa, o edifício que fazia sombra à Guia; Uma mansão com a história de um século

Arquitecto José Maneiras fala da Macau antes e depois do Hotel Lisboa

O edifício que fazia sombra à Guia

Não é nenhuma surpresa para as gerações mais velhas. No entanto, para os mais jovens, imaginar a Macau do antigamente pode ser um exercício difícil. Os edifícios não tinham mais de dois andares. Os turistas chegavam ao fim-de-semana, muito discretamente, num número tão reduzido que pouco ou nada alteravam o ritmo da cidade.
As viagens entre o território e Hong Kong faziam-se em três ou quatro horas, apenas três ou quatro vezes por dia. O jogo, elemento sempre presente na cultura local, não era atracção turística. Não existiam roletas nem bacarás e muito menos slot machines. As apostas limitavam-se aos jogos tradicionalmente chineses em salas frequentadas pela massa popular.
São memórias a preto e branco que remontam ao princípio dos anos 1960. Entretanto, eis que o destino da cidade dá uma reviravolta. A Sociedade de Diversões e Turismo de Macau (STDM) comandada por Stanley Ho, jovem e cheio de projectos, arrebata o monopólio do jogo. A primeira grande obra do grupo empresarial foi a construção do Hotel Lisboa. A partir daí, começou a ganhar corpo a urbe como hoje a conhecemos.
“Foi o elemento catalisador da mudança de Macau em todos os aspectos, desde o Jogo, ao Turismo, à expansão urbana, à hotelaria e aos transportes”. A análise é de José Maneiras, uma das figuras da RAEM que afirma pertencer ao grupo dos arquitectos que conheceu todas as fases de vida do emblemático hotel-casino. Um edifício que antes assustava pela grandiosidade e que, actualmente, mal se faz notar entre as novas construções modernas, brilhantes e cheias de espelhos.
“Quando foi construído foi hiper-valorizado. Era de mais para aquilo que havia na época. Chegava-se à Penha, olhava-se para a Baía e via-se ali um monstro, que visualmente quase fazia concorrência à colina da Guia, embora não a obstruísse”, recorda.
O nascimento do Hotel Lisboa marcou o fim da Macau dos terrenos baldios. Uma região em que o espaço não significava problemas e a conquista de terrenos ao mar estava longe de passar pela cabeça dos responsáveis do Governo. Em 1961, quando a STDM se tornou a concessionário da sector do jogo, não havia nenhum recinto adaptado para iniciar operações.
Como medida imediata, o grupo tomou posse de um terreno anexo junto à piscina do Tap Seac. Aí, construiu-se o Hotel Estoril, que representou a primeira unidade hoteleira moderna com uma gestão internacional, ao contrário das então existentes, que estavam obsoletas.
No rés-do-chão, instalaram-se salões de jogos. As casas de apostas tradicionais continuaram a existir e criou-se ainda um casino flutuante no Porto Interior, o Macau Palace. “Isto foi só para aguentar enquanto não se concluíam as obras do Lisboa”, aponta José Maneiras.
Este processo de construção estava a cargo de Stanley Ho, Teddy Yip, Henry Fok e Yip Hon, tendo demorado vários anos até ser finalizado. “Naqueles tempos, não se trabalhava ao ritmo de hoje”, contextualiza. Com uma área de implantação de 17.500 metros quadrados, o primeiro hotel-casino do território abriu portas em 1970. O edifício era composto por um casino de três andares e um hotel anexo com 12 pisos de cerca de 660 quartos.
Durante muitos anos, a menina dos olhos de Stanley Ho manteve o título de maior hotel do território, quer em volume, quer em área total de pavimento. Poucos podiam competir com o edifício cujo projecto arquitectónico foi traçado à risca pelas indicações do mestre de Fong Soi (ver texto ao lado).
“Quando surgiu, era o foco de atracção turística de Macau. Quase que ofuscava São Paulo”, salienta José Maneiras com uma gargalhada. Para o arquitecto, se as Ruínas são o ex-líbris histórico do território, o Hotel Lisboa é o equivalente da modernidade.
Tudo ganhou novas cores com a abertura do edifício, começando no sector do jogo e terminando na vida social. “Sempre foi um hotel cheio de grandes atractivos”, conta. O Lisboa surgiu com uma grande variedade de restaurantes com cozinhas de vários pontos do globo. No capítulo da diversão, oferecia um leque de opções para todos os gostos.
Desde bowling e “jogos de toda a espécie” até ao internacionalmente famoso espectáculo intitulado Crazy Horse. Um show originário de Paris que tinha dançarinas europeias em top less em cima do palco.
Todas as grandes festas da sociedade eram promovidas no Hotel Lisboa, mesmo os eventos oferecidos pelo Governador. Era o sítio em Macau com maior capacidade para cocktails, banquetes, casamentos e bailes com orquestras. A unidade hoteleira era ainda paragem obrigatória para as figuras importantes de passagem pela região.
A indústria do turismo deu um passo de gigante, auxiliada pela implantação de transportes marítimos rápidos, os famosos hidrofoils que faziam a ligação a Hong Kong em apenas uma hora. “Foi assim que o território começou a funcionar e o Lisboa tornou-se a maior atracção turística”, afirma José Maneiras.
O edifício era imponente, plantado junto ao mar, num local bastante central, sendo visto de qualquer ponto do território. “A maior parte dos turistas chegava a Macau, ia caminhando ao longo da marginal, instalava-se no Hotel Lisboa e não saía de lá até ao fim da estadia”.
Ainda na década de 1970, o crescimento económico associado à STDM fez despoletar o sector da actividade imobiliária. Surgiram os primeiros aterros, nomeadamente a Zona de Aterros do Porto Exterior (ZAPE) limitada pela Colina da Guia até a Avenida da Amizade. “O Hotel Lisboa teve o condão de despertar o interesse dos investidores e fazer crescer as imediações”, defende o arquitecto. No ZAPE, começam a ser construídos outros hotéis.
Todos seguiram um exemplo chamado Lisboa. Uma unidade hoteleira que esteve à frente do seu tempo, fazendo sempre um esforço por acompanhar a onda de crescimento do território. Em 1991, foi construída uma nova ala com mais 270 quartos. No total, o hotel ficou dotado de cerca de 930 quartos.
“Durante muito tempo não foi ultrapassado por nada. Até aparecer o Venetian e o próprio vizinho que é da mesma família, o Grand Lisboa”, explica José Maneiras. O hotel que no começo era ligeiramente agressivo para a silhueta de Macau, hoje está apertado, escondido e já não se destaca quando se sobe à colina da Penha. Deixou-se vencer pelo espampanante e pela novidade.
O território cresceu, alterando-se completamente, mas o seu primeiro hotel-casino continua a desempenhar uma função específica. Agora é um ícone e um emblema. “Já perdeu a captação visual, no entanto ainda existe a tradição. Qualquer pessoa na China já ouviu falar do Lisboa. Depois de ir aos novos empreendimentos e de se sentir na América, o turista vem sempre tirar fotografias na praça com o hotel ao lado. É já um ícone da tradição oral, das revistas e dos documentários.”
Nas palavras de José Maneiras, cada ícone tem a sua época e o edifício já cumpriu o seu dever. No entanto, é tempo de fazer “existir” de novo o Hotel Lisboa. No Oriente, diz, os edifícios não têm vida longa. Estão constantemente em renovação. É uma questão ditada por razões económicas.
Quando completou 40 anos, a STDM decidiu lançar um concurso internacional para a construção de um novo hotel-casino no terreno do Lisboa de meia-idade. A intenção do grupo controlado por Stanley Ho é iniciar as obras no próximo ano para estarem concluídas em 2012.
“A renovação é um pouco ditada pela competição aos americanos. Querem algo mais atractivo e moderno que esteja numa posição de criar concorrência. O problema disto é a novidade, o diferente, o novo, o americano, enfim, o [efeito] Las Vegas”.

Planear para evitar “pirotecnias arquitectónicas”

“Perante o novo projecto do Hotel Lisboa, é preciso que haja um programa bem definido do que se pretende fazer, porque às vezes há tendência para sair alguma pirotecnia arquitectónica que possa ser desajustada a Macau”. O alerta foi deixado pelo arquitecto José Maneiras.
De acordo com o também vice-presidente da Associação de Defesa do Património, os profissionais que serão responsáveis pelo processo de renovação do mais emblemático hotel-casino do território devem ter em atenção o significado do edifício para Macau e as suas gentes. O mesmo responsável sugere ainda que o concurso deve ter um júri à altura e que as várias propostas sejam expostas publicamente antes da tomada de qualquer decisão.
“A população local começa a desenvolver um sentimento de pertença e a estar atenta às mudanças. As pessoas já não se deixam inebriar pelo desenvolvimento e criaram uma consciencialização daquilo que é saudável ou não para a identidade de Macau”, frisa.
Ora, sustenta o mesmo responsável, existe o perigo dos grandes arquitectos internacionais não se aperceberem desse sentimento de pertença. “Têm que se deixar contagiar e avaliar Macau na sua verdadeira identidade”, acrescenta.
Quando a Sociedade de Diversões e Jogos de Macau (STDM) anunciou o lançamento de um concurso internacional para a construção de um novo hotel-casino no terreno do Lisboa, levantou-se imediatamente uma questão: irá o Lisboa desaparecer por completo?
O arquitecto acredita que a STDM vai ter a preocupação de preservar uma fracção relevante do edifício. “A ideia deverá ser manter a parte primitiva do hotel Lisboa e fazer surgir um novo volume que resultará de um concurso internacional”, aponta.
É, contudo, difícil fazer jogar o ícone antigo com os conceitos da RAEM dos tempos modernos. Daí a necessidade de um planeamento cuidadoso do novo projecto. “A minha grande preocupação é que Macau comece a ficar muito abafada pelos grandes volumes e que a cidade antiga fique muito sufocada e esmagada”, nota.
No entanto, o Hotel Lisboa que José Maneiras conheceu já “está fora de qualquer escala”. Está isolado, afirma, precisa de um contraponto e tem que acompanhar o desenvolvimento da região.
“A STDM tem um certo carinho pelo edifício e, com esta renovação, não o quer arrasar. Hão-de aparecer duas idades do Lisboa: o do passado e o do presente.”

As indicações do mestre de fong soi

Nada no design do edifício do Hotel Lisboa é obra do acaso. Cada traço do projecto de construção e mesmo a direcção da entrada foram fruto das indicações do mestre de fong soi.
A porta principal do casino representa um morcego de asas abertas que, com a boca aberta e os incisivos bem salientes, transmite uma mensagem aos visitantes do espaço. A figura quer dizer que vai comer todo o dinheiro dos jogadores, retendo-o dentro do interior do edifício. Isto é, na bolsa dos proprietários.
A entrada do hotel-casino nunca poderia representar um tipo de animal destrutivo, como é o caso do tigre. É que aquilo que se pretende é apenas o dinheiro dos jogadores e não a sua desgraça.
Já a construção do edifício foi projectada à semelhança de uma gaiola chinesa. Esta forma tem o propósito de manter os jogadores dentro do espaço o tempo suficiente para ali deixarem os montantes que têm nos bolsos.
As correntes em torno da gaiola não estão completamente fechadas. Caso contrário, os jogadores não teriam liberdade para ir buscar “dinheiro fresco”. No entanto, segundo os princípios do mestre de fong soi, os proprietários do casino também têm um dever muito importante. É que os “donos” da gaiola são obrigados a contribuir para o bem-estar público, usando parte das receitas das mesas de apostas para praticar obras de caridade.
De resto, existem as práticas de domínio público. A localização ideal dos edifícios deve ser orientada para o Sul, a vista deve estar desimpedida e, quando possível, dar para o mar. A Norte, o local deve ser protegido de influências maléficas, através de uma montanha ou colina, por exemplo.
A parte mais importante da casa deve ser central e a cozinha deve estar virada para Este ou para o Sul. A porta das traseiras não pode estar em linha recta, porque isso impede a entrada da fortuna.
No que diz respeito às localizações consideradas inconvenientes, os ensinamentos do fong soi aconselham a evitar casas situadas a Sul de um cemitério ou no extremo de uma rua recta. A palavra “fong” significa vento, enquanto “soi” é água. Ambos são os elementos que indicam ao mestre e ao crente da arte milenar o lugar certo para viver. Esta filosofia assenta num equilíbrio entre as forças da Natureza e a linguagem sugestiva das formas.
Alexandra Lages
Fotografia: António Falcão/ bloomland.cn


Gabinete dos Antigos Chefes do Executivo de Hong Kong abriu as portas ao público

Uma mansão com a história de um século

Foi a mansão de um banqueiro, o consulado da Rússia, um campus escolar partilhado pelos mais conceituados colégios de Hong Kong, um dos locais onde se reuniu o Grupo de Ligação Conjunto Sino-Britânico e um espaço de exposições para promover o trabalho dos designers de Hong Kong. Agora, é o Gabinete dos Antigos Chefes do Executivo. A mansão de 500 metros quadrados esteve recentemente aberta ao público, para que a população pudesse espreitar o interior do edifício de arquitectura colonialista.
O Gabinete dos Antigos Chefes do Executivo arrancou em Abril do ano passado e destina-se, sobretudo, a servir de espaço para que Tung Chee Hua (o único antigo Chefe do Executivo até à data) possa receber altos dignitários e delegações oficiais, bem como desenvolver outras actividades de índole protocolar e promocional. Tung Chee Hua, que deixou o Governo de Hong Kong em 2005 alegando “problemas de saúde”, é o solitário utilizador do gabinete, para onde se desloca apenas quando tem visitas. Mais de quarenta pessoas encontraram-se já com o ex-governante na mansão histórica.
Localizada em Kennedy Road, o edifício colonial de estilo europeu, classificado como monumento, desempenhou as mais variadas funções nos seus 102 anos de existência. Foi propositadamente construído para ser a residência do mais alto funcionário do “Banque de l'Indochine”, em 1905, tendo mais tarde sido o local de funcionamento do consulado russo e o campus da Escola Britânica Central.
Ocupada pelo Exército Imperial Japonês durante a Segunda Guerra Mundial, a mansão voltou a acolher estudantes depois de terminado o conflito bélico, desta feita pelo Escola Secundária Vernacular e pelo Colégio da Rainha. Quando as escolas saíram da casa na década de 1950, um outro estabelecimento de ensino foi para o local, a Escola Primária da Kennedy Road, bem como alguns departamentos do agora defunto Departamento de Educação.
Embora o edifício tenha chegado a ser “partilhado” por duas escolas secundárias, a estrutura estava longe de ter sido feita para acolher centenas de alunos. Com uma área de 500 metros quadrados, a “villa” de dois andares, suportada por uma estrutura de madeira, tem colunas de inspiração renascentista, grandes varandas, um pé-direito alto, lareiras ao estilo clássico e uma escadaria em madeira que conduz ao que foram, em tempos, os aposentos dos seus residentes. A dimensão reduzida das divisões não é, no entanto, adequada ao conceito de espaço público.
Quando o palacete foi alugado ao Centro de Design de Hong Kong pela simbólica quantia de um dólar por ano, corria o ano de 2002, o designer de interiores Barrie Ho Chow-lai encontrou vários problemas na casa, das paredes ao tecto. Os trabalhos de restauro não foram simples, embora houvesse um orçamento de seis milhões para tratar da questão. O centro acabou por ficar apenas quatro anos em Kennedy Road, tendo-se mudado para Kowloon em 2006, dado ter sido disponibilizado um espaço mais adequado às actividades artísticas dos seus membros.
A mansão centenária fica para a história por ter sido lá que, a partir de 1993, se debateu o futuro da então colónia, ao acolher os encontros do Grupo de Ligação Conjunto Sino-Britânico. O espaço que servira ao debate tinha, na altura, sido entregue às autoridades britânicas para que estas instalassem o consulado, onde ainda se encontra.
Dois dos três quartos do primeiro andar foram transformadas num só, de modo a que fosse possível colocar uma grande mesa de conferências, e o rés-do-chão tornou-se a sala de recepções das delegações de ambos os lados. Ao edifício foi ainda acrescentado um pavilhão para se realizarem conferências de imprensa, embora estas tenham acontecido, a maioria das vezes, junto ao portão de entrada.
Foram muitos os temas debatidos dentro daquelas paredes e decididas as principais questões para a transferência de soberania do território. O último encontro do Grupo realizou-se a 23 de Junho de 1997 mas, oficialmente, continuou a ser o ocupante do espaço até ao último dia do século XX.
Depois de sete anos sem funções políticas, um dos mais influentes políticos de Hong Kong voltou a imprimir um carácter oficial à mansão. Segundo contou na altura o jornal Sing Tao Daily, Tung Chee Hua teve a possibilidade de se instalar no IFC 2 e no Lippo Centre, em Admiralty, mas recusou as ofertas, com o velho palacete a juntar-se à lista das hipóteses em Novembro de 2006. Não houve nenhuma razão oficial apontada para a escolha, mas o facto de Tung residir a cinco minutos de carro do local é uma das justificações possíveis.
Deram-se então início aos trabalhos de remodelação, com um orçamento de dois milhões a ser disponibilizado ao Departamento dos Serviços de Arquitectura (ASD, na sigla inglesa). A mansão foi pintada em tons claros e mantidos os elementos decorativos europeus tanto no interior como na fachada. Um total de três quartos no primeiro andar foi reservado para os antigos Chefes do Executivo: como é compreensível, Tung Chee Hua escolheu o maior, com vista para o Parque de Hong Kong da varanda de chão vermelho. No rés-do-chão encontram-se os serviços administrativos e a sala de reuniões.
“Tivemos como princípio remodelar o menor número de aspectos possível. Por exemplo, o chão vermelho da varanda tem um excelente aspecto e é possível sentir a história, quando se olha para ele, pelo que fizemos as intervenções estritamente necessárias”, explica Lam Sair-king, gestor do ASD. “Usámos divisórias em vidro na varanda para garantirmos um outro princípio: a versatilidade.”
Além de tudo isto, a equipa de peritos do Governo retirou elementos que foram colocados na casa e que não respeitam a lógica arquitectónica do edifício. As traves que seguravam a escada, e que não faziam parte da concepção original, foram removidas por não serem características do período em que a mansão foi construída. Este trabalho trouxe, contudo, um inconveniente imediato: no dia em que esteve aberta ao público, apenas vinte pessoas podiam subir ao primeiro andar em simultâneo, por razões de segurança. “Tentámos encontrar um equilíbrio entre preservação e reutilização quando tomámos as nossas decisões”, rematou Lam.
Na abertura ao público, quem por lá passou gostou do que viu. Kate Budge, directora de uma imobiliária, considerou que os aspectos originais foram bem preservados e os elementos novos introduzidos de forma subtil. “Conseguiram, por exemplo, colocar o ar condicionado sem se notar, ao descerem o tecto falso, e as cores escolhidas foram as acertadas”, disse. “Hong Kong, assim como Macau, tem uma história verdadeiramente interessante”, acrescentou. “Estes edifícios têm uma história colectiva que faz com que devam ser preservados, para que não se perca”, disse, manifestando a esperança de que a mansão volte a estar aberta ao público para que mais residentes possam ter noção do passado do território.
As dimensões limitadas do edifício foram, no entanto, apontadas por outros visitantes. “É clássico e muito mais elegante do que os edifícios modernos. É como as casas de Macau”, lançou May Tam. “Mas o interior é pouco espaçoso... não se adequa à recepção de convidados. Uma opinião partilhada por M. Cheung, que também quis ver por dentro a casa de Kennedy Road. “O espaço seria mais bem utilizado se fossem feitas aqui exposições. Enquanto gabinete do antigo Chefe do Executivo, parece-me que lhe falta esplendor.”
Kahon Chan, em Hong Kong,
com Isabel Castro

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